quinta-feira, 18 de abril de 2013

São Paulo para as pessoas: EXEMPLOS de mobilidade urbana

Não tive a oportunidade de conhecer (ainda) Curitiba, mas já pude observar de perto como funciona o sistema de locomoção em Nova York (e em Londres, há muitos anos). E não há o que dizer, além de que é realmente incrível. Não há motivos para usar o carro no dia a dia, porque o transporte realmente funciona. Os ônibus passam no horário (há aplicativos que permitem ao usuário ter acesso a essas informações), a rede de metrô é ampla e com um diferencial bem bacana: muitas linhas e estações têm os serviços expresso e local. Os expressos seguem direto, param em poucos pontos. Os locais param em todos. Afinal, se vou sair do Jabaquara e descer no Tucuruvi, não preciso parar em todas as estações, não? A cadeia de metrô lá é bem complexa e diferente da nossa, mas funciona. Por isso, não há a necessidade de usar o carro para se deslocar para o trabalho.E durante a noite? Aí preciso do veículo particular, certo? Não... Em Londres, por exemplo, existem os night buses, além do táxi. Claro, não é o preço abusivo de São Paulo. 

Ah, mas estamos falando de primeiro mundo, cidades que têm dinheiro, poder, educação... Bom, vamos voltar ao nosso território, então. A entrevista com o diretor do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUC do Paraná foi uma aula de como pensar a cidade de forma inteligente. A capital paraense, lá atrás, na década de 70, começou a perceber o crescimento populacional e a necessidade de organização. Lá, uma construtora só pode erguer um prédio com mais de seis pavimentos se o local for próximo de uma rede de transporte: estação de metrô, terminal de ônibus... Mais gente morando nos arredores alimenta o sistema. Significa mais dinheiro e investimentos no próprio sistema. O que gera ampliação da rede e distribuição das pessoas pela cidade. Organização do crescimento populacional.

Em Curitiba também existe o "expresso e local" para os ônibus, além de um sistema integrado (mais detalhes aqui: http://www.urbs.curitiba.pr.gov.br/transporte/rede-integrada-de-transporte). Nos corredores, passam no máximo duas linhas diretas (que levam mais passageiros e passam em mais horários) fazendo a ligação de um terminal para o outro. A transferência é feita nos terminais, aí sim, para linhas que levam aos bairros. O chamado Sistema "Tronco-Alimentador". Assim, os corredores fluem, eliminando aquela fila de ônibus andando a 2 km/h, tão comum em São Paulo.

Ideias e mais ideias! Que podem contribuir para melhorar a nossa cidade.
Recomendo o site da Gehl Architects, referência em projetos de mobilidade urbana em todo o mundo. Tem muita coisa bacana: http://www.gehlarchitects.com/#/489221/ 

Este é o tema do quarto capítulo da série "São Paulo para as pessoas":  o que podemos aprender com cidades que, há décadas, perceberam a importância do coletivo, e investiram no transporte público e meios alternativos de locomoção?

A reportagem está no ar em 92,1 fm: 6h05; 10h40; 15h40; 20h40 e 0h05 
No soundcloud da rádio também: https://soundcloud.com/radiosulamericatransito-1/s-rie-s-o-paulo-para-as-3

Termino com um post publicado no Facebook da minha amiga/irmã mais nova/colega de apartamento, que usa o transporte público todos os dias para ir ao trabalho, mas hoje resolveu tirar o carro da garagem:

"Nas poucas vezes em que opto por usar o carro em vez do metrô para chegar ao trabalho, sinto-me uma completa estúpida. Uma completa estúpida arrependida. Uma estúpida arrependida completa.
Mais amor, menos buzina. Na moral, São Paulo"- Flávia Elisa Pereira


em algum elevador da cidade





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