terça-feira, 18 de junho de 2013

Dá para ser livre?

Não sei até quando, mas por enquanto o debate é esse. E o espaço no blog será destinado a isso. Falar sobre as manifestações que estão ocorrendo na capital paulista (e no país), no fim das contas, também é falar sobre a São Paulo que nós queremos. É para o bem da nossa cidade e dos que nela vivem. E por isso, sempre haverá espaço aqui para a discussão.

Na tentativa de avançar sobre o tema para além dos confrontos nas ruas e da manifestação por si só, conversei ontem na rádio SulAmérica Trânsito com dois especialistas. O objetivo era discutir sobre a redução da tarifa e sobre o fim maior do movimento: o passe livre. É possível, é viável o transporte completamente gratuito ou com tarifa apenas simbólica?

* Lúcio Gregori, que foi secretário de Transportes da cidade durante a gestão de Luiza Erundina, em 1990, acredita que sim, com reforma tributária, imposto progressivo do IPTU, aumentando para imóveis de luxo, sedes de grandes empresas e bancos, e diminuindo ou isentando para os menos favorecidos e, com isso, criando um Fundo para bancar a tarifa (esta era a proposta em 1990, mas foi vetada na Câmara). Mais polêmico, ele acredita que o prefeito deveria revogar o Bilhete Único Mensal, pelo menos por enquanto, e usar este dinheiro para bancar os 0,20 da passagem para todos (reivindicação imediata do movimento).
 

A entrevista completa está aqui: https://soundcloud.com/#radiosulamericatransito-1/entrevista-transporte-p  

* Amir Khair: mestre em finanças públicas pela FGV: inicialmente acha que não é possível a tarifa zero. Mas depois diz que, com reforma tributária e desoneração do setor (especialmente na folha de pagamento), sim, é viável.

A entrevista completa está aqui: https://soundcloud.com/#radiosulamericatransito-1/entrevista-transporte-p-blico 


Ambos reconhecem que os políticos não aprovam a reforma porque isso gera insatisfação da classe mais abastada e de empresários. Ambos dizem que a tarifa é das mais caras do mundo e que, se os aumentos ao longos dos anos tivessem acompanhado a inflação, a tarifa seria muito menor hoje.
 

Quinto grande ato contra o aumento das passagens:





O que vi ontem durante todo o meu trajeto de 10 km, saindo do Largo da Batata até a ponte Estaiada e voltando até a ponte Engenheiro Roberto Zuccolo, foi um ato pacífico. Como da última vez, vi um único manifestante pichando embaixo da ponte Eusébio Matoso.




Opiniões à parte, ninguém poderá negar que foi um dia histórico, não só para São Paulo, como para todo o país. A sensação que eu tive quando vi um grupo de manifestantes chegar pela Berrine, ao encontro do grupo em que eu estava, na Estaiada, é indescritível. Só quem estava lá sabe. 



Não sei qual será o fim disso tudo, mas a minha esperança é de que a São Paulo que meus pais escolheram para criar os filhos, e que talvez seja a cidade (escolhida ou não) para criar os meus, saia ganhando com isso. Que o Brasil saia ganhando com tudo isso.
















Um comentário:

  1. Tarifa zero é conversa de Socialistas e Comunistas, como parece ser o comando do MPL. O que está pegando mesmo é o sistema Presidencialista que não deu certo para o Brasil, e não tem conserto.
    20/05/13 Presidencialismo ou Parlamentarismo? Análise os FATOS: Plebiscito JÁ
    http://miltons2008.blogspot.com.br/2013/05/200513-presidenci-alismo-ou-parlamenta.html

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