segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sem abadás e cordinhas, apenas com as ruas cheias de alegria

Poucas coisas fazem a gente ficar tão feliz quanto ver as pessoas ocupando as ruas da nossa cidade com brincadeiras, alegria e festa! Foi o que aconteceu neste fim de semana em São Paulo. Foi lindo de ver!
Pra quem curte esse movimento do carnaval (eu sou uma verdadeira entusiasta), não podia ter sido melhor. São Paulo, que já foi considerada o túmulo do samba, está resgatando o espírito da festa de rua. Graças a um esforço da Secretaria Municipal de Cultura, em conjunto com polícia, CET e subprefeituras. 
Posso dizer melhor sobre isso, já que faço parte de um grupo de amigos que organiza um bloco de rua. O Saia de Chita nasceu em 2007, sai sempre da Pompeia no pré-carnaval, e de Santa Teresa/RJ no domingo de folia. E este ano nós pudemos experimentar pela primeira vez o que é ser um bloco "regulamentado" pela prefeitura. A Secretaria de Cultura resolveu organizar o carnaval de rua de SP, mas no sentido bacana da palavra "organização". Tivemos acesso a banheiros químicos, agentes da CET fechando a rua e organizando o trânsito, para que os foliões pudessem curtir sem se preocupar. Policiais foram até a "nossa rua", bateram um papo com os organizadores, mas tudo na mais absoluta paz, sem qualquer tipo de tensão ou repressão. Ainda há muitos ajustes a fazer, especialmente na questão da burocracia, mas é um passo importantíssimo para a democratização do carnaval. Poder circular livremente pela sua cidade, curtir com a família, amigos, cachorros e papagaios, sem ter de pagar uma módica fortuna com abadás, cordinhas que segregam e afins: nós apoiamos!

Aos que se interessarem e estiverem pelas bandas do RJ, o Saia de Chita sai novamente do Largo do Curvelo, Santa Teresa, às 17h00 no domingo de carnaval.











 PS: Não há como não mencionar o lamentável acidente envolvendo um motorista que atropelou foliões na Fidalga, Vila Madalena. Mas não podemos deixar que este incidente isolado acabe com um movimento tão bacana pelo qual a cidade está passando. Tendo a crer que, quanto mais ocuparmos a cidade, mais as pessoas vão se acostumar com esta situação e saber se portar diante disso. E mais as autoridades saberão lidar com as ruas ocupadas. E todos vão ganhar com isso.